2002, enquanto jovem recém chegado na maior idade, em minha ânsia de firmar-me safado, comecei a intentar minhas primeiras tentativas de conspiração: fazer elogios com mais frequencia às garotas, ser mais atencioso com elas tendo a noção de esconder o interesse, especialmente com aquelas de quem eu mais estava afim. Aprendi a fazer convites inusitados e com tranquilidade nas negativas: "vamos sair hoje?", "ah, não sei...", "tranquilo, fica pra uma próxima, beijos", e saía sozinho.

O mais curioso desse processo é entender como o corpo fala: da mesma forma que por vezes sentia minhas pernas bambas perante uma garota que me fascinava, elas demonstram um conjunto de movimentos contraditórios com os caras que lhe chamam a atenção. Como eu era meio burro, e ainda continuo assim, não compreendia que muitas vezes o desprezo de algumas revelava uma forte inquietação com minha presença, que em meio às piadinhas havia uma forma de chamar minha atenção. Como eu sempre fui "feio pacas", percebi que não era exatamente minha estatura física que me conferia charme, eu estava descobrindo que o poder de Zeca era conferido por alguma coisa que ele tivesse e que o fizesse único.



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