A carta que Violeta me entregara pedia desculpas pela forma como havia me tratado no começo, e que sentiu saudades de coisas que eu dizia e de minha pessoa. Na época eu era muito imaturo para entender como se davam esses mecanismos de saudades e enjôos na sedução. Achei que Violeta apenas havia perdido "seu brinquedinho" e agora o queria de volta. Ah Violeta, desculpe minha infantilidade.

Fui infantil porque quis "pagar na mesma moeda" a dor que eu senti: agi com indiferença com Violeta, disse de modo educado que li a carta e que não achava que tínhamos de conversar algo por hora. A reação foi pesada, Violeta tentou aproximar-se novamente, e eu acabei agindo de modo mal educado com ela. Sequer cogitava uma possibilidade de vivenciar aquilo tudo que há meses atrás idealizava. De um pedestal levei Violeta para a mais baixa categoria de ser humano. Bem meus caros, se querem uma confissão: sim, eu fui f.d.p. com ela, mesmo que tivesse o cuidado de não ficar com alguém na frente dela, valia-me de minha nova "independência" para vingar-me de Violeta. Afinal, agora que estava em uma nova fase, de liberdade, deveria cuidar-me para não "retroceder". Aprendi um meio de "curar-me" de minhas desilusões, todavia esse método corresponde muito mais a um assassino de sentimentos do que uma pessoa livre. Perguntava-me se minha nova postura de safado era livre ou apenas descontava em outras flores a dor de espinhos que eu escolhi meter a mão? O tempo me disse que novas chances de cuidar de flores e espinhos seriam possíveis sem agir dessa maneira infantil.

A saber, houve um dia em que tive uma recaída e saí com Violeta, foi sensacional, todavia não consegui entregar-me a vontade louca de beijá-la, pois não me sentia bem com esse ar de vingança que pairava sobre minha cabeça (isso faz 8 anos). Colocamos em pratos limpos esses sentimentos paradoxais e viramos grandes amigos, e ela continua igualmente bela até hoje.



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