Há certos momentos em que o não arriscar é a melhor opção, especialmente quando há a intenção em um momento futuro com determinada flor. Para dar esse exemplo, contarei o início de minha saga com a flor de laranjeira.

A Flor de Laranjeira é sensacional, pele macia, sorriso aberto, espontâneo, olhos de mel... todavia houve um problema, a conheci na época em que estava apaixonado por Violeta.
Flor de Laranjeira apareceu na minha vida em uma reunião ordinária do grupo de jovens, a qual simplesmente conheci de vista, mas sem grandes aproximações. Certo dia, realizamos uma atividade conhecida por missões, com visitas nas casas, conversas com as pessoas e uma série de atividades fascinantes. Flor de Laranjeira era minha parceira de missões, com quem comecei a conversar sobre um monte de coisas.

Em certa altura da caminhada, ela falou dos conflitos que estava tendo com o cara com quem ficava, ao que eu respondia com minhas opiniões, hora elogiando o cara, e na maior parte do tempo metendo pau nele. Aos poucos um sorriso abria-se nos seus lábios, e ela disse-me: "ele deveria ser que nem você", aproximando-se de mim. Todavia, eu idiota, apaixonado pela pilantra, à época, uma flor que só me espinhava, não queria "trair" Violeta. Trair com aspas porque nunca beijei os lábios de Violeta, tratando-se de "trair" a paixão que existia em minha cabeça.

Voltando ao caso, embora meus lábios e até a unha de meu minguinho conspirassem para que eu beijasse Flor de Laranjeira, não me perdoaria se assim agisse sentindo o que sentia por Violeta. Não sendo tão idiota quanto eu pensava ser, olhei nos olhos da flor que me cativara e disse: "linda flor, a coisa que mais anseio agora é dar-lhe um beijo intenso na boca, mas acho que assim poderíamos estragar essa amizade tão linda que começamos a desenvolver". Vali-me de minha insegurança para garantir uma não ação: quebrei o mistério.

O mistério quebrado é algo fatal para a sedução, pois troca o terreno da dúvida pela certeza, ficando exposto a moral, os desejos anteriores, os preconceitos... Flor de Laranjeira talvez responderia de modo afirmativo ao beijo se apenas o fizesse sem falar nada, todavia se viu relutante por ter colocado as coisas daquele jeito. Como nos conhecíamos a pouco tempo, ela também não arriscou naquele momento. Apenas consentindo com um silêncio e a continuada a caminhar.



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